segunda-feira, 19 de abril de 2010

A arte de omitir sentimentos

Era uma vez uma mulher, que desde muito cedo aprendeu a viver dentro de uma concha. Ainda na adolescência todos reclamavam de sua aparente ausência e falta de comunicação com  os outros, mas a questão é que ela dificilmente se achava confortável conversando com os outros de assuntos mais pessoais.
Foi assim que ela aprendeu um truque, dissimular, fingir estar sempre bem, ser positiva, comunicativa, incluir falsamente pessoas na sua vida, com informações que pareciam profundas, mas que na verdade são irrelevantes, se tornou boa até em dar conselhos.
Os anos passam, e ela deixa algumas pessoas se aproximarem de verdade, claro, porque ela não é uma psicopara, pelo contrálio, ela tem os sentimentos a flor da pele, e extrema, e isso causa muita insegurança e medo. E o processo natural de perder pessoas pelo decorrer da vida, só agravou tudo isso.

Recentemente ela chegou num limite, e num impasse, acontece que praticamente todos os seus relacionamentos estão nessa sua personalidade mais amável, e por muitas vezes ela já não aguenta mais segurar esse personagem, ela não consegue mais estar ali para as pessoas que precisam, ela precisa que estejam ali por ela, mas não sabe como reverter essa situação, sem dores, sem sofrimentos, sem perdas para nenhuma parte.

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